quarta-feira, 24 de agosto de 2016

O que eu aprendi com minha mainha (a vó de Heitor) 💞

    Eu sou filha dela, fui e sou educada por ela e no entanto somos tão diferentes... Existe de fato um abismo entre a maternidade do tempo dela e a minha maternidade de hoje... a gente tem criado pontes para reduzir esta distância, e a ponte mais bonita é o amor imenso de vó! 

     Ela lê muitos e muitos livros em um mês e eu não consigo concluir nenhum em seis meses; ela não sabe cozinhar e nem costurar e eu tenho prazer em fazer estas duas coisas; ela não tem habilidades artísticas e nunca se interessou em fazer melhor do que consegue hoje e eu tenho fascínio pelas artes; ela é bem mais paciente e brincalhona e eu mais séria e mais rígida; eu por um lado falo mais e ela sabe o momento de se expressar sem permitir que "o outro" invada um espaço não concedido na relação... eu poderia passar muito mais tempo falando de nossas diferenças, mas gostaria mesmo de dizer o que eu pude absorver e refletir de muito bacana, depois que me tornei mãe sendo filha dessa mulher forte que é a minha mainha! 






1. Pés quentes e cabeça fria... esta a receita para saber se seu baby tá em ordem! Ou seja, se não está com febre ou dodói, mantenha os pés aquecidos e se certifique que as têmporas e a testa estão frias, digo em temperatura normal.






2. Lugar de criança é lugar de brincadeira. Minha mãe me ensinou que brincar é a forma de se desenvolver, é a forma de crescer e ampliar os conhecimentos, e que isso é fundamental para os pequenos e vai até a pré-adolescência. Brincar é fundamental para o aprendizado! Ela brinca muito mais que eu, ela deixa Heitor em estado de euforia de felicidade! 



3. Você já percebeu que pode carregar seu bebê nos braços com facilidade, e que pode fazer uma cama de casal caberem três pessoas em vez de duas, e que pode curar um machucado com um beijo, e que pode cantar mesmo sem saber a letra e sem saber cantar que tá valendo, que pode ninar, dengar, apertar, dá muito beijo, colocar para dormir coladinho no corpo. Aquela ideia de que carinho fará seu filho ser mimado, dizer que ele tem que aprender a dormir sozinho desde cedo, que ficará mal educado, imaturo se tiver muito amor e carinho, contradiz tudo que minha mãe me ensinou. Ela disse assim: "se você não fizer isso tudo agora, que pode carregar, aguentar o peso dele, dividir a cama... vai dar este amor quando? Quando ele tiver 18 anos? Quando não couber mais em seus braços?"



4. Carinho e muito limite! Muito limite, o que não tem nada haver com ausência de afeto. E coerência nas negações, não adianta dizer que vai fazer e não fazer, dizer que não pode e ceder em seguida.  A permissão de Heitor fazer escolhas passa pela maturidade da idade dele, e as demais coisas são escolhidas por mim e de minha responsabilidade. Ah! E não adianta responsabilizar a criança pela queda, pelo machucado, por ter quebrado algo, por ter se arriscado, quem está em melhores condições de perceber todos os riscos é o adulto e não a criança, então fique atento(a) para não transferir a responsabilidade para o pequeno.


5. Criança anda sempre na frente ou ao lado da mãe, em locais públicos sempre de mãos dadas com um adulto, em locais que sejam preparados para acesso infantil ele pode ficar solto mas um adulto sempre próximo. Quando atravessar a rua que seja sempre na faixa e avaliando antes de passar, de mãos dadas com o pequeno e quando andar na calçada a criança deve sempre ficar do lado oposto de onde passam os carros, ou seja, sempre o mais dentro da calçada possível, e protegida pelo adulto que caminha mais à margem da via (veja imagem abaixo). 
Veja nesta imagem a criança mais para dentro da calçada e o adulto mais a margem da via. 

6. Nunca aceite balas, brinquedos, água e nem dê seus dados e endereço para estranhos. Ceda o lugar no ônibus, respeite as placas de uso preferencial, seja íntegro, e saiba que por mais que pareça um gesto pequeno tem um impacto grande nas marcas que ficam impressas em sua vida e na vida das demais pessoas. Se não é seu não fique, não leve para casa!


Os "locais preferenciais" já são uma forma de impedir coisas como esta, em um mundo mais amoroso não seria preciso nem ter placas como esta.






7. Tentar o máximo possível entender que mesmo que meu filho compreenda muitas coisas e que seja bem esperto, ele é só um BEBÊ. Eu tento me policiar quanto a isto!









8. Banho é momento de brincadeiras e de relaxamento também! Então as vezes coloco alfazema na água do banho como ela fazia comigo quando era pequena. 






9. Comer frutas e verduras, pouco açúcar, comida quase sem sal, nada de enlatados e processados, tomar sol, caminhar e beber muita água pode lhe deixar longe de problemas físicos, manter a serenidade mental também é importante para que o corpo não padeça (esta é a receita para a excelente forma e vitalidade da avó de Heitor). Quando eu ou meu irmão ficamos doentes normalmente minha mãe abre os livros de medicina natural e faz tudo que tem neles, além de nos ajudar a entender  quais as questões emocionais que abalaram o corpo naquele momento. Quase sempre a gente fica bom sem precisar recorrer a remédios de farmácia ou a hospitais. A alimentação de Heitor muito é legal fruto disso tudo! Depois que fui para Angola passei a comer mal, dormir mal, compensei minha saudade na comida, até hoje estou brigando com a balança, mas sei que se entrar na vibe de mainha com certeza volto logo ao que eu era.





10. Você não precisa ir no médico só quando fica doente, é preciso que você cuide de maneira preventiva. Uma situação que os médicos de minha cidade nunca souberam lidar muito bem, quase sempre quando eu ou meu irmão íamos ao médico para visitas de rotina, os médicos meio que desvalorizavam este movimento, questionam "o por quê" de estarmos ali, sem estarmos de fato tendo nada de mal.












11. Sempre que estiver na dúvida de que decisão tomar, ore e sinta o que o seu coração diz! E siga! "Se precisar voltar, volte/ Se precisa seguir, prossiga/ Se estiver tudo errado, recomece/ E se estivar tudo certo, continue". Esta frase estava em uma almofada que ganhei dela mesmo, quando estava na dúvida de decisões que deveria tomar na minha vida, hoje quando a gente lê para Heitor ele se acaba de rir, ele curte demais, e hoje ele já finge que lendo esta almofada. Uma fofura a parte!








   Vó é vó, e mãe é mãe! O vínculo é diferente, o amor é diferente, a forma de se relacionar é altamente diferente! Sou grata por ela estar na minha vida e na de meu pequeno gigante! Feliz por estarmos próximas, e de Heitor poder vivenciar o amor de vó de maneira tão linda.

    Em poucas linhas estes são os pontos em eu lembrei para compartilhar com vocês do que aprendi com a minha mãe, e mesmo que eu tente seguir caminhos diferentes na maternidade que vivencio hoje, em muitas coisas sigo os mesmo passos, alguns de maneira consciente e muitos outros de maneira inconsciente!


Imagens retiradas da internet.

Mais uma Mainha
24/08/2016

3 comentários:

  1. Bom dia, F. Costa. Tudo bem?! Gosto muito do seu blog, leio sempre. Muito informativo, objetivo e com uma linguagem bacana. Gostaria que você compartilhasse seu momento de espera para a maternidade? Como foi o processo de tentativa de gravidez, se demorou, se houve facilidade ou se até teve algumas dicas para engravidar. Desde já, muito obrigada. Abraços

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    1. Olá! Que bacana! Por aqui tá tudo ótimo! Vou fazer um post respondendo seu comentário! Um abraço e fiquei muito feliz por seu comentário!

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